Henrique, de seu nome fictício, é um homem, com cara de homem, com olhar que homem, com mãos de homem, com embirrações de homem, com desejos de homem, com hábitos de homem e com medo de crianças.
Teresa, de seu nome não fictício, é uma menina, com cara de menina, com tamanho de menina, com sonhos de menina, com hábitos de menina, com mau feitio de menina, com birras de menina, com desejos de mulher.
Era uma vez uma menina e um homem que se conheceram, ele queria ler descansado e ela, no banco ao lado, não parava de cantar, então ele levantou-se calmamente e, foi pedir-lhe para que se comportasse, disse-lhe que aquilo não se devia fazer, aconselhou-a de qual a melhor postura a adoptar, mas, começou a chover e correram cada um para seu lado para se abrigarem.
Se depois inconscientemente arranjaram desculpas para se encontrarem no jardim, se depois conversaram horas sem fim, se depois se desejaram intensamente…foi porque, porque foi? Não cheguei a perceber essa parte da história!
Talvez sejam loucos. Talvez se amem. Talvez queiram o que lhes falta. Talvez queiram trocar de idades. Talvez ela queira embirrações de mulher e ele birras de menino. Talvez ele queira ter medo de mulheres. Talvez ela queira ter um olhar de mulher. Talvez…
Ele só queria uma mulher para ver o entardecer junto às montanhas, para o fazer sentir vivo quando tudo o resto lhe faltar.
Ela, bem ela só queria um sorriso nos lábios, uma simplicidade ou um materialismo, um amor ou uma aventura, um sorriso nos lábios.
Eles queriam coisas diferentes.
A verdade é que ele teve medo, e fugiu. Ela ainda esticou o braço. Ainda lhe disse o que ele queria ouvir, mas porque queria ele ouvir aquilo? Não o fez regressar, não fez sentido, talvez ele seja louco, talvez ela seja louca, por ainda lhe ter esticado o braço para o tentar reter.
Talvez todos sejam loucos.